segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Dois caminhos

Gostei muito da iniciativa de Caetano Veloso de abrir seu processo criativo pelo blog obraemprogresso.com.br e decidi fazer o mesmo. Estou trabalhando num romance e muitas questões me assolam. Vou contar a idéia básica do livro e talvez vocês possam me ajudar. Num certo dia, um sujeito, que é funcionário público, acorda, na sua cama, transformado numa barata. A partir dessa transformação, tenho dois grandes caminhos a seguir. No primeiro, farei dessa história uma metáfora dos efeitos da massificação gerados pela sociedade industrial no indivíduo. Com um clima de angústia e desconcerto, pretendo antecipar o surgimento de fenômenos como o do nazismo, e assim fazer um marco literário de grande valor para a humanidade. O segundo caminho é transformar o personagem principal num protagonista divertido de história infantil: o
Q Barato. Q Barato, depois de ter se transformado, partirá da sua aldeia para descobrir, no mundo dos insetos, que todos os seres vivos têm uma importante missão no equilíbrio do planeta. Até mesmo uma baratinha nojenta e rejeitada. Com a criação de mais dois personagens, um pernilongo espoleta e aloprado, mas de bom coração, e uma joaninha princesa linda e rica, que vai se apaixonar pelos verdadeiros valores do
Q Barato, a Pixar pode se interessar. No caminho um, o título será A Metamorfose; no dois, A Barata é um Barato.

20 comentários:

Anônimo disse...

Kafka, você deveria se aconselhar com seu pai. Não fique com vergonha
de suas idéias loucas. Escreva para ele.

Anônimo disse...

No primeiro caminho, está faltando um acontecimento que faça o cara
virar barata. Tipo assim, o Hulk tem aquele acidente radioativo e o Homem Aranha foi picado por uma aranha. Se não fica meio sem sentido, entendeu? Depois, o cara tem que ter uma causa pra defender, uma causa boa, humanitária mesmo, coração bom. O cara não pode ter sangue de barata. E ao mesmo tempo ele tem que ser injustiçado, uma parada que as pessoas não entendam que uma barata queira fazer justiça, tem tipo nojo quando ele aparece. O lance dele é meio que fora da lei. Mas a moçada compra a idéia porque... pô a justiça é demorada pra cacete e tudo mais, tem mais é que sair por aí barbarizando os do mau. Daí acho que rola legal.

Anônimo disse...

Caro Francisco (ou Férènc,se preferir),

O memlhor mesmo é que você fizesse os agentes da Lei que buscaram K. em casa, encontrassem J. metamorfoseado. O conto ficaria mais formoso!

V.H. de A. Barbosa disse...

Que pergunta...é lógico que o melhor caminho é o segundo.

Qual o sentido de "fazer um marco literário de grande valor para a humanidade" ao invés de arrecadar milhões de dólares em bilheterias de cinemas do mundo todo?

Você e suas dúvidas existencialistas, Kafka...

Anônimo disse...

kkkkkkkkk
muito boa
axo q vc tbem deveria eplorar o lado negro das baratas
tipo seu ódio e desdem pela humanidade q a está destruindo o planeta

Anônimo disse...

Kafka, não sei exatamente como.
Mas parece que andei vendo seu nome numa papelada meio suja no STF.
Você deveria ir averiguar.

Cuidado, o pessoal de lá é meio sem noção.

Anônimo disse...

v.h. tem razão: livro infantil com mensagem alegre e moralista é o que vende hoje em dia. Venda os direitos pro Disney ou Pixar. Não tenha medo de ser rico, como diria o apóstolo Estevão!

Francis França disse...

Kafka, se você optar pela história 1, por favor, não faça uma maçã penetrar a casca de uma barata e infeccionar. Lembre-se: cascas da baratas são impenetráveis. Todo o resto todo é perfeitamente plausível... (risos)

Anônimo disse...

blah

Ines Mota disse...

Meu Caro Franz.
Eu o aconselho a enviar a Carta ao seu pai. Não tenha medo, reaja, pelo menos uma vez na vida. Não deixe na moita não. Até porque esse negócio de guardar rancor é algo muito nocivo : É como se bebêssemos veneno esperando que o outro morra. Mas por favor, se as arestas forem aparadas, mais adiante escreva um livro de ficcção, entitulado "Carta ao Pai". Não nos prive dessa excelente leitura. porque é uma de suas obras primas. Un saludo!

Ines Mota disse...

Sem essa de um acidente pro cara virar barata. Não é uma história de super-heroi...
E por que virar barata? Não se trata necessariamente de uma barata...O fato é que ele provavelmente já nasceu "inseto", metaforicamente falando. Pequeno, rastejante, oprimido pelo poder do estado, pela autoridade paterna, pelas estruturas das relações de trabalho...

Anônimo disse...

Franz, conheço um cara que virou um rato cinzento e que talvez pudesse opinar sobre os caminhos por onde deve seguir com tua ficção, afinal o cara - agora rato - tem bem mais conhecimento sobre metamorfoses e coisas do gênero... Escreve pra ele!

Ronaldão disse...

Faça o personagem com um bigodinho do Sarney, contrata uns diretores de botequim e põe o Renan como Mestre dos Magos pra fazer desaparecer a roubalheira, que o sucesso do empreendimento é garantido.

Anônimo disse...

Franz, escolhendo 1 ou 2, por favor, não conte o porquê das coisas. Não dê a ele um acontecimento, como o Hulk e o Homem Aranha tiveram. Faça com que nós leitores fiquemos perdidos no início, sem saber de nada... achando tudo muito comum apenas. Afinal, qualquer um acorda metamorfoseado e é acusado sem saber por quê.

Claudius Honor disse...

F., parece-me já ter lido um livro com esse enredo. Cuidado, pois isso pode desandar num tremendo processo...

Anônimo disse...

Esse negócio de dar poder em barata como deram pro Hulk e o Homem Aranha, não tá com nada....
Transforma o cara senador , é tão nojento quanto mas tem poder de verdade.

Jorys disse...

Você quis dizer uma cobra,pois barata não rasteja.

ígor moreno disse...

hahahahahahahaha! Muito bom, muito bom!

Avesso disse...

Se eu fosse você trocava a profissão desse sujeito. Quem sabe se ele fosse caixeiro viajante do tipo que tem hora para sair de casa, senão perde o trêm, que mora com os pais e a irmã, que sustenta a família, e que, a mãe, estranhado o atraso, não para de bater na porta, enquanto você se transforma em algo que o autor não quis definir, mas, que pela a descrição do animal, não resta dúvidas, é uma barata.

Daisy disse...

Com a simplicidade com que o senhor descreveu sua idéia, eu me emocionei: só os gênios conseguem ser tão simples assim. Kafka, o senhor é um dos meus autores oxigênio. Um forte abraço de sua eterna leitora!